Estamos vivenciando um momento singular da humanidade, com mudanças aceleradas, na forma de viver e de se comunicar, proporcionadas pelos avanços tecnológicos das últimas décadas. Isso cria condições para a ascensão de uma cultura digital que, vale lembrar, não se constitui apenas pelo uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC).
Essa cultura se encontra em constante mudança e recriação, associada a múltiplas culturas, reconfigurando os conhecimentos, as relações, os espaços e os fluxos, oferecendo ganhos, oportunidades, riscos e desafios, gerando mudanças nas relações sociais, no trabalho, na produção da ciência, nos modos de aprender e se relacionar, possibilitando novas perspectivas da realidade, perpassando as instâncias da educação, a prática pedagógica e o currículo, exigindo dos educadores uma atitude mediadora e reflexiva para formar crianças, jovens e adolescentes mais engajados e protagonistas.
Nesse sentido, também se faz necessário pensar sobre o próprio conceito de tecnologia, que pode ser compreendido como meios e instrumentos que implicam o domínio das atividades humanas. Portanto, novos conceitos, como atividades “plugadas” (com uso do computador e dispositivos móveis) e atividades “desplugadas” (sem o uso do computador, isto é, através de materiais alternativos e/ou de baixo custo, como garrafas PET, papelão e outros itens recicláveis), podem ser utilizados em atividades mediadas pelo professor que proporcionem aos estudantes um aprendizado mais atrativo e contextualizado.
O papel da escola
Sintonizada com as novas formas de produção do conhecimento na cultura digital, a escola deve inserir de maneira eficaz os estudantes das diferentes etapas de ensino nas mais variadas culturas requeridas pela sociedade do conhecimento. É fundamental que o professor assuma uma postura de mediador para que eles sejam inseridos de modo eficaz na cultura digital (produto proveniente de uma relação de trocas mediadas pelas novas tecnologias), como autores e protagonistas do seu processo de aprendizagem. Assim, além do letramento convencional, é fundamental que o processo de ensino e aprendizagem contemple para a formação integral dos estudantes:
- os letramentos digitais: capacidade que tem o indivíduo de responder adequadamente às demandas sociais que envolvem a utilização dos recursos tecnológicos e da escrita no meio digital;
- os novos letramentos: condutas e habilidades que advêm do uso das novas tecnologias;
- os multiletramentos: conceito articulado pelo Grupo de Nova Londres que aponta para a multiplicidade de linguagens, semioses e mídias envolvidas na criação de significação para os textos multimodais contemporâneos e, por outro, a pluralidade e a diversidade cultural trazida pelos autores/leitores contemporâneos a essa criação de significação.
São objetivos desta pauta que a equipe escolar:
- Destacar a importância de compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais.
- Promover a comunicação, o acesso e a disseminação de informações, produzir conhecimentos, resolver problemas, exercendo protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
- Entender que a utilização de tecnologia em sala de aula abrange uma gama de possibilidades que vai além das atividades plugadas, abrindo espaço para o uso da criatividade e do protagonismo através de atividades desplugadas.
Esta pauta está disponível no AVA-EFAPE, acesse:
