O Dia Nacional do Livro, 29/10, foi criado em homenagem à data da fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, em 1810, no Rio de Janeiro.
E se tem um espaço onde os livros são sempre protagonistas é na EFAPE, sede de dois clubes de leitura.
O hábito da leitura tem um poder transformador, trazendo novos olhares para o mundo e impactando todos aqueles que fazem parte do universo da Educação.
O Clube de Leitura “Gato Preto”, que leva o nome do primeiro conto lido pelo grupo, nasceu em 2017. A iniciativa do Centro de Referência em Educação Mario Covas foi criada para permitir a troca de experiências de leitura de livros previamente propostos pelos integrantes. Desde abril de 2020, por conta da pandemia, os encontros passaram a ser virtuais, permitindo assim a ampliação do público e contando com a participação de profissionais da SEDUC (integrantes das equipes técnicas das Coordenadorias da EFAPE e COPED) e de diversos cantos do Estado. Ao longo de quatro anos, 33 livros já foram lidos.
O “Gato Preto” indica três obras mais presentes nas programações de clubes de leitura pesquisados para a produção do Programa Clube de Leitura na Prática, que faz parte da grade do Canal de Desenvolvimento Profissional 1, do CMSP.
Torto Arado, de Itamar Vieira Junior
Editora: Todavia (2019)
Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas – a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.
O Sol é para Todos, de Harper Lee
Editora: José Olympio (2006)
Um dos maiores clássicos da literatura mundial. Nesta emocionante história ambientada no Sul dos Estados Unidos da década de 1930, região envenenada pela violência do preconceito racial, vemos um mundo de grande beleza e ferozes desigualdades através dos olhos de uma menina de inteligência viva e questionadora, enquanto seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender um homem negro injustamente acusado de cometer um terrível crime. Uma história sobre raça e classe, inocência e justiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação.
O Olho Mais Azul, de Toni Morrison
Editora: Companhia das Letras (2019)
Considerado um dos livros mais impactantes de Toni Morrison, o primeiro romance da autora conta a história de Pecola Breedlove, uma menina negra que sonha com uma beleza diferente da sua. Negligenciada pelos adultos e maltratada por outras crianças por conta da pele muito escura e do cabelo muito crespo, ela deseja mais do que tudo ter olhos azuis como os das mulheres brancas – e a paz que isso lhe traria. Mas, quando a vida de Pecola começa a desmoronar, ela precisa aprender a encarar seu corpo de outra forma. Poderosa reflexão sobre raça, classe social e gênero, “O Olho Mais Azul” é um livro atemporal e necessário.
O Clube de Leitura “Colmeia” foi criado em 2020, já no modelo a distância, e foi batizado com esse nome como uma homenagem ao incrível trabalho realizado pelas abelhas e suas reconhecidas técnicas de construção e cooperação. O espaço permite a discussão e o compartilhamento de experiências de práticas pedagógicas entre professores, a partir da leitura de textos teóricos na área da Pedagogia e leituras propostas nas formações promovidas pela SEDUC.
As reuniões do Clube de Leitura “Colmeia” proporcionam um diálogo construtivo que incentiva olhares para práticas pedagógicas emergentes e também auxiliam os profissionais da Educação na relação com a juventude contemporânea no âmbito educacional.
A programação será retomada em dezembro de 2021.
Vamos às indicações que consideraram temas atuais e emergentes para a discussão da Educação brasileira:
BNCC em Debate: Como fica a docência?, Camila Rodrigues dos Santos, Marcia de Paula Brilhante Portela Sbrussi, Vilma Lúcia Silva Neves
Editora: CRV (2020)
A Educação brasileira, a partir da segunda metade do século XX e início do século XXI, passou por diversas transformações, leis, diretrizes, propostas curriculares e filosóficas pautadas por muitas orientações sociais, políticas, ideológicas. No lastro desses caminhos, os cursos de formação inicial em Licenciatura, principalmente o Curso de Pedagogia, foram direcionados a pensar o currículo escolar atendendo, ora de forma genérica, ora de maneira regional, às necessidades de aprendizagem dos estudantes. A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (homologada em 2017) provoca cada um desses profissionais a pensar a docência lançando o olhar sobre a BNCC, proposta elaborada após três anos de debates e discussões, valorizando a riqueza de conhecimento regional e local.
Protagonismo Juvenil: Adolescência, educação e participação democrática, Antonio Carlos Gomes da Costa, Maria Adenil Vieira
Editora: FTD Educação (2006)
Protagonismo juvenil trata da força transformadora dos adolescentes, da criação de espaços para o diálogo franco entre jovens e adultos e da promoção de oportunidades para a expressão criativa e responsável do seu potencial. Os jovens têm o direito e o dever de serem construtores e autores da sua história e da história do seu país. O livro tem um subtítulo esclarecedor: “Adolescência, educação e participação democrática”. A Fundação Odebrecht fez do adolescente o público-alvo prioritário da sua atuação. O livro reflete essa linha. Há uma parte teórica bem fundamentada, seguida de depoimentos de jovens que participaram de programas instituídos em diversos Estados. O conceito de protagonismo juvenil está largamente empregado no Plano Nacional de Juventude, atualmente em discussão no Congresso Nacional.
Pedagogias do Século XXI: Bases para a Inovação Educativa, Jaume Sebarroja Carbonell
Editora: Penso (2016)
Quais são os novos discursos e práticas pedagógicas que estão emergindo e iluminando este século? Quais são as identidades, referências e experiências mais emblemáticas dessas pedagogias na história recente da Educação? O que trazem de novo e o que desejam rever? Esta obra apresenta ao leitor iniciativas que se preocupam em melhorar as relações educativas e conseguir um ambiente escolar mais amável; em fomentar a cooperação, a participação e a democratização da gestão escolar diária; em estimular o protagonismo dos alunos e sua curiosidade pelo conhecimento; em transformar a sala de aula em um espaço de pesquisa e diálogo; em aproximar a escola da realidade e vice-versa, para que tudo aquilo que se ensine e aprenda seja estimulante e faça sentido para a formação de uma futura cidadania mais livre, responsável, criativa e crítica e, finalmente, para que a escola seja mais educativa.