O próximo encontro do Clube de Leitura “Gato Preto” integrará a programação voltada à Agenda Antirracista da EFAPE/SEDUC-SP e à Educação das Relações Étnico-Raciais. O evento acontecerá no dia 22/10, das 10h às 11h30 e das 14h30 às 16h, pelo Microsoft Teams.
O livro escolhido para o mês de outubro foi Na Minha Pele, importante depoimento do premiado ator Lázaro Ramos sobre suas experiências e reflexões sobre o preconceito racial.
Lázaro relata de forma intimista sua trajetória de luta e enfrentamento do racismo durante a realização de seus trabalhos no cinema, teatro e televisão. De acordo com seu amigo, o ator Wagner Moura: Na Minha Pele é um livro imenso, escrito por uma alma imensa, que nos oferece sua intimidade com coragem, generosidade e bom humor”.
A obra faz parte do Acervo Étnico-Racial 2021 enviado às escolas e Diretorias de Ensino.
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Lázaro Ramos nasceu em 1978 em uma ilha com pouco mais de 200 habitantes, na baía de Todos-os-Santos, a Ilha de Paty, distrito de São Francisco do Conde, município a 72 quilômetros de Salvador. Apesar da origem humilde, Lázaro tem uma trajetória de muito sucesso como ator e diretor. Em sua carreira, participou de diversos espetáculos teatrais, filmes, curtas, séries e novelas. Foi indicado ao Emmy de Melhor Ator, em 2007, por sua atuação como Foguinho na novela “Cobras e Lagartos” e, em 2009, foi nomeado embaixador da Unicef. Na televisão, comanda o programa “Espelho”, do Canal Brasil.
Em setembro, a obra “Terra Sonâmbula” foi tema de discussão no Clube de Leitura “Gato Preto”. O livro também pertence ao Acervo Étnico-Racial. A prosa poética premiada de Mia Couto apresenta uma Moçambique pós-independência devastada pela guerra.
Veja aqui os relatos de quem participou do encontro:
“Amigos e amantes da Literatura… Participar do Clube de Leitura “Gato Preto” foi uma experiência literária enriquecedora e única. Um grupo seleto de leitores ávidos pelo saber, espaço transformador de pessoas e experiências. O encontro foi marcado pela discussão mágica do romance “Terra Sonâmbula”, de Mia Couto. Embora publicada em 1992, século XX, é uma obra atual no século XXI, com temas relevantes à sociedade atual como: xenofobia, abuso sexual, diferenças sociais e luta pelo Poder. “Terra Sonâmbula” nos leva à reflexão da importância de sonhar sempre, mesmo em momentos de caos; deixa a forte lição de jamais perdermos nossa essência, origem ou caráter, mediante às dificuldades sociais e até mesmo aos conflitos históricos que muitas vezes refletem negativamente em ações presentes. O autor aborda, por meio de uma linguagem metafórica e poética, a realidade trágica do final da guerra civil em Moçambique. Com maestria, Mia Couto utilizou dois narradores. Na primeira narrativa, conta a história dos personagens principais Muidinga e Tuahir, caminhando em uma estrada marcada pelas vítimas da guerra, e faz uso do narrador onisciente; e na segunda narrativa, utiliza o narrador-personagem Kindzu contando a história de sua vida. Duas narrativas que no final se fundem em uma só. Somente o mundo da leitura nos propicia momentos de inovação e saberes ilimitados… Gratidão pela oportunidade de ler e continuar sonhando.”
Eliana Silva e Silva
PEI EE Francisco Camargo César
Diretoria de Ensino Sorocaba
“Participei pela primeira vez do Clube de Leitura “Gato Preto” no dia 24/09/2021. O livro que foi abordado, “Terra Sonâmbula”, de Mia Couto, já era meu conhecido, mas nunca havia trocado impressões sobre ele em um clube de leitura. Eu já havia lido e, desde junho deste ano, estou relendo para auxiliar os vestibulandos de minha escola. A cada leitura, eu encontro novas nuances na história e queria falar sobre elas. Foi um encontro muito enriquecedor e com muitas trocas maravilhosas. O realismo fantástico contido na obra nos permitiu “viajar” por um verdadeiro encantamento provocado pelo encontro de duas histórias: a de Muidinga e Tuahir e a de Kindzu, o personagem-narrador dos diários. Apesar da violência da guerra, pano de fundo das histórias, pudemos discorrer sobre a poética dos personagens do livro: a busca de suas identidades, de suas raízes… De um país que ainda não sabia bem o que fazer com sua liberdade (será que alguém sabe?). Trocamos visões sobre o que nos chamou mais a atenção nessa busca, indo através também de nossas buscas cotidianas. Vimos a riqueza de possibilidades que a leitura pode nos trazer. Valeu muito a pena. Obrigada. Voltarei a participar!!!
Márcia Casimiro
EE Alexandre von Humboldt
Diretoria de Ensino Centro-Oeste
Data: 22/10
Horário: das 10h às 11h30 e das 14h30 às 16h
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