Clube de Leitura Gato Preto destaca a relevância atual de O cortiço, de Aluísio Azevedo, em discussão literária
O cortiço, de Aluísio Azevedo, é um romance naturalista publicado em 1890, que retrata a exploração e as péssimas condições de vida dos moradores de um cortiço carioca no final do século XIX, localizado no bairro de Botafogo. A narrativa entrelaça diversas histórias dos moradores, revelando brigas, disputas, amores e solidariedade.
João Romão, proprietário do cortiço, é um comerciante português que enriquece explorando o trabalho alheio, incluindo o de sua companheira, Bertoleza, uma ex-escrava a quem ele forjou um documento de alforria. Seu vizinho, o comendador Miranda, também português, é seu rival na busca por riqueza e ascensão social. A disputa entre os dois se intensifica à medida que o cortiço se expande, enriquecendo Romão, que, obcecado pela acumulação de riquezas, economiza cada moeda e explora qualquer pessoa que cruze o seu caminho.
Aluísio Azevedo, fundador da escola naturalista na literatura brasileira, busca retratar uma realidade fiel e objetiva, observando o ser humano como um ser fundamentalmente biológico e animal, em contraste com o idealismo romântico.
O cortiço foi o primeiro de uma série de romances planejada pelo autor para retratar o povo brasileiro. Mesmo sendo uma obra única, aborda temas como preconceito, racismo, sexualidade, exploração, traição e ganância, levando-nos a refletir sobre a complexidade, contradições e diversidades étnicas do povo brasileiro.
Essa obra foi escolhida pelo público do Programa Clube de Leitura Gato Preto para compor sua programação de 2024, e foi discutida em 27 de março. Você pode assisti-lo aqui:
As impressões dos clubistas foram diversas, mas convergentes: todos concordam que essa obra, que já tem mais de um século, aborda temas atuais que precisam ser amplamente discutidos.
Aqui estão algumas impressões dos clubistas:
A professora Rosemeire Alves Pinto relata que, em um primeiro momento, não estava identificando qual seria o personagem principal do livro, mas ao reler, percebeu que o personagem principal era o próprio cortiço: “Tudo o que se passa ali, se passa dentro daquele espaço, daquele meio geográfico ali”, explica.
Já a clubista Maria Celia, diz que “a leitura de O cortiço é uma viagem no tempo, que nos leva à reflexão, trazendo para a atualidade. Amei o livro, muito rico”.
Patrícia e Bruno também concordam ao dizerem que “o meio social pode influenciar o comportamento das pessoas, entretanto, ele não é determinante!”.
Esse livro é uma leitura imprescindível!