Mitos indígenas, de Betty Mindlin e narradores indígenas
É junho! Viva os indígenas, os que sempre acendem a fogueira do nosso coração!
E, para homenageá-los, a exposição “Tirem os sapatos, a terra é sagrada – a presença dos povos indígenas na alma brasileira” continua em cartaz na biblioteca da EFAPE, com mostra de livros imperdíveis!
Um deles, que o Gato Preto deste mês indica, é Mitos indígenas, de Betty Mindlin e alguns narradores indígenas.
Betty é escritora, antropóloga, etnóloga, professora e pesquisadora. Suas pesquisas são voltadas aos direitos, à demarcação de terras e à educação indígena, e, por toda essa bagagem que ela traz, vale ler o livro, ainda mais porque apresenta mitos contados pelos próprios protagonistas: os indígenas! E é interessante lembrar que, para os indígenas, a mitologia é a verdadeira história do mundo, e não uma narrativa fantástica como a consideramos.
Para você experimentar um pouco dessa obra antes de conhecê-la na íntegra, apresentamos um pouquinho do seu conteúdo.
Vamos lá?
O livro, que apresenta 28 textos entre histórias, mitos e lendas, revela hábitos e crenças de dez povos indígenas, sem perder de vista o principal: a inseparabilidade entre indígenas e natureza.
Em uma das histórias, conta-se que os pajés têm o poder de se transformar em outros seres quando vestem a capa dos animais, como a pele da onça, o casco do tatu, as penas dos pássaros e as escamas dos peixes.
Em outra história, os narradores falam do surgimento do namoro:
antigamente, rapazes e moças não namoravam como hoje, pois o órgão sexual feminino ficava entre o dedão do pé e o outro dedo. Assim, quando o casal ia pro escurinho, a moça nem tinha o trabalho de se despir e as coisas aconteciam sem dificuldades. Quando a mulher engravidava, o bebê era gerado na barriga da perna. Então, quando aparecia uma delas com a barriga da perna mais inchada, toda a tribo já sabia que ela tinha “dado uma escapadinha com o namorado”.
E olha que interessante: quando nascia a criança, ela mal ficava no colo e já saía andando para explorar o mundo e, por isso, nem dava tanto trabalho pra mãe.
Devido ao exagerado nascimento de curumins, Gorá, o Criador, ficou preocupado e percebeu que não era boa ideia deixar o corpo da mulher como estava.
Pensando nisso, ele resolveu mudar o corpo da mulher para como o conhecemos hoje!
Bem, essa é apenas uma das histórias desse livro instigante!
E você, gostou?
Se sim, também vai se apaixonar pelas outras narrativas!
Por isso, o Gato Preto indica Mitos indígenas, de Betty Mindlin e narradores indígenas.
Vale a leitura!
Anauê!