Cláudia Costin é fundadora e diretora do FGV CEIPE – o Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro
Pediram-me que sugerisse um livro que ampliasse o repertório literário dos profissionais da Educação de São Paulo. Como o hábito da leitura me foi instilado por minha mãe, refugiada de guerra, que sequer completou o antigo ginásio, a provocação da EFAP deu-me a oportunidade de compartilhar o presente que ela me deu e a profunda esperança de que professoras leitoras convertam seus alunos em leitores vorazes.
Há tantos livros que me marcaram, que tenho dificuldade em selecionar um, mas, certamente, o “Grande Sertão: Veredas” foi marcante para mim, não só por suas qualidades literárias, mas porque pude trabalhar depois com ele nos Círculos de Leitura do Instituto Braudel, com jovens de escolas públicas de São Bernardo, de 13 a 17 anos, que depois me disseram que este foi o livro que mais os marcou. Lembrando a pirâmide de Glasser, que nos mostra como aprendemos, base para as Metodologias Ativas, é importante destacar que ensinar aos outros é a atividade que mais assegura aprendizagem. E foi o que ocorreu comigo. Ao reler para ensinar aos adolescentes e ao fazê-los se deliciar com passagens do texto, entendi muito melhor as reflexões do autor, que se tornaram minhas para sempre.
Cláudia Costin é fundadora e diretora do FGV CEIPE – o Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro. Foi diretora global de educação do Banco Mundial, membro da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT), professora da PUC-SP, do Insper, da Enap (Canadá) e, mais recentemente, da Faculdade de Educação da Universidade de Harvard. Foi ministra da Administração e Reforma do Estado, secretária de Cultura do Estado de São Paulo e secretária de Educação do município do Rio de Janeiro. É articulista da Folha de São Paulo e cofundadora do movimento da sociedade civil, Todos pela Educação. Integra, desde o final de 2020, o UIL – Instituto para Aprendizagem ao Longo da Vida – Institute for Lifelong Learning – da Unesco.