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LITERATURA INDÍGENA

28.05.2024

Novidade na coluna “Gato Preto Indica” e indicação do mês: Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak

Neste mês de maio, apresentamos uma pequena, mas significativa mudança na nossa coluna “Gato Preto Indica”. A partir de agora, dedicaremos a coluna a livros que compõem as exposições que montamos periodicamente aqui na biblioteca da EFAPE. A exposição que está em cartaz neste momento é intitulada “Tirem os sapatos, a terra é sagrada – a presença dos povos indígenas na alma brasileira”. Você pode ler mais sobre ela aqui neste link.

A seguir, leia a resenha de indicação do livro escolhido para a coluna: Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak.

Em uma apresentação bastante disputada na última Bienal do Livro de São Paulo, em 2022, foi perguntado a Ailton Krenak se ele tinha medo do possível desaparecimento total dos povos indígenas, por culpa da “civilização”.

Com muita naturalidade, ele respondeu que não tinha esse medo, pois caso um dia isso viesse a acontecer, toda a humanidade também teria perecido.

Essa reflexão de Krenak faz transparecer o entendimento comum a muitos povos indígenas de que tudo pertence a uma totalidade/unidade na qual não é possível apenas um segmento da população prosperar e sobreviver, enquanto muitos outros sucumbem. A destruição dos povos indígenas acarretaria necessariamente a nossa própria destruição.

Nesse sentido, ainda, o autor defende que somos todos habitantes do planeta na mesma condição de direitos e responsabilidades. Para Krenak, entre nós, seres humanos, não deve haver etnias privilegiadas em detrimento de outras, pois não somos proprietários das matas, dos rios, das montanhas, dos céus e da terra, tampouco dos animais e plantas que, como nós, têm direito à vida e à liberdade.

A obra de Krenak, Ideias para adiar o fim do mundo, chama a atenção pelo seu caráter impactante e dramático, sem deixar de lado o ato fundamentalmente otimista da escrita.

O texto humanista e filosófico de Ailton Krenak, primeiro integrante indígena da Academia Brasileira de Letras, desperta em quem o lê a esperança de que mudanças podem acontecer: só depende de nós.

Vale a leitura!

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