“Dom Casmurro”, de Machado de Assis, conta a história de amor entre Bentinho e Capitu
O Clube de Leitura Gato Preto de outubro teve como tema de discussão “Dom Casmurro”, a obra escrita por Machado de Assis, que recentemente comemorou seu centenário de publicação.
A história segue fascinando grandes públicos por suas características nada convencionais. Por exemplo, o narrador é um personagem cuja sanidade mental e objetividade podem ser muitas vezes questionadas pelo leitor.
O autor tem como um dos seus principais traços, a forma brilhante e atemporal com que apresenta a complexidade psicológica de seus personagens. Esse foi o mote das discussões do Clube de Leitura “Gato Preto” do mês: o relacionamento entre Bentinho e Capitu e as dúvidas e questionamentos que a narrativa suscita pela forma difusa e aparentemente incongruente como é contada.
A obra
Publicado pela primeira vez em 1899, “Dom Casmurro”, é considerado um dos melhores e mais importantes textos de Machado de Assis.
É narrado em primeira pessoa pelo protagonista Bento de Albuquerque Santiago, advogado, chamado pelos seus amigos e familiares por Bentinho.
Traz como centro do drama a paixão deste por sua companheira, Capitolina, a Capitu. Além do ciúme desenfreado que sente em relação a ela, há o sofrimento por suspeitar que Ezequiel de Souza Escobar, seu melhor amigo, pode ser amante de sua esposa.
O autor
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro 21/06/1839-29/09/1908) foi um dos escritores mais completos da literatura brasileira: romancista, contista, dramaturgo, cronista, tradutor, poeta, jornalista e crítico literário.
Considerado por muitos especialistas como o principal nome de nossa literatura, foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1897. Até hoje desperta vivo interesse de seus leitores e mantém uma legião de admiradores, com adaptações de suas obras para cinema e televisão.
Comentários do encontro
A diversidade dos temas abordados no encontro espelha a riqueza do clássico de Machado de Assis: a crítica das desigualdades sociais, a loucura de Bentinho, a subjetividade das narrativas, o mercantilismo da igreja católica, o ciúme doentio, o sistema de justiça que historicamente reproduziu o machismo em relação às mulheres acusadas de adultério.
Além disso, o encontro do Clube de Leitura mostra claramente o quanto cada leitor vivencia uma experiência única e singular na leitura. Houve quem trouxesse à tona a suspeita da veracidade da versão do narrador, trazendo a possibilidade do enlouquecimento de Bentinho. Outros, colocaram em questão o amor de Capitu. Teve também quem, emocionadamente, destacou o sofrimento de Ezequiel – filho de Bentinho – pela total ausência de amor paterno. Há um “Dom Casmurro” único para cada leitor que o lê.
E o que você pensa sobre a obra? Quer se aprofundar nas discussões do Clube de Leitura “Gato Preto”? Clique no play e confira a gravação completa das discussões!