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RETROSPECTIVA LITERÁRIA – 2024

30.01.2025

Clube de Leitura Gato Preto: Histórias, Reflexões e Encontros de 2024

O Gato Preto canta… ooops, mia feliz: abre 2025 com o coração já repleto de histórias e esperançoso de mais alegrias. Afinal, ao longo de todo o ano de 2024, assistiu de camarote à representação literária de grandes obras, dando voz à rede de professores e profissionais da SEDUC-SP que o acompanharam.

Pois é… Gato Preto começou n’O Cortiço de Aluísio Azevedo, que pegou fogo abrindo o Naturalismo no Brasil. O programa de março, que homenageou essa obra, contou com discussões interessantes e uma encenação dos mediadores tentando encarnar Rita Baiana e Gerônimo num romance acalorado que deu muita encrenca. Oh, céus!

Depois, pra acalmar um pouco os ânimos de tanta briga n’O Cortiço, o programa trouxe a bela matemática de Malba Tahan em O homem que calculava. Nessa narrativa, o protagonista Beremiz Samir realizava cálculos com tanta facilidade e clareza que parecia um milagre. Pois é, mas milagroso mesmo foi o autor que conseguiu unir ciência e ficção e acertar em cheio na conta! Ah, e como não poderia deixar de ser, houve a explicação dos árabes para um problema complexo de cálculo, rsrs.

Bem, de O homem que calculava, Gato Preto resolveu dialogar, em maio, com um Menino de Engenho que apareceu por lá, contando uma linda história dos seus tempos de infância na fazenda do avô. Ah, foi muito bonito! Talvez José Lins do Rego tivesse gostado de assistir Carlinhos todo encantador narrando suas aventuras.

Em junho, “raiou no céu fluminense uma nova estrela” – bem, no caso seria no céu da EFAPE mesmo. Quem adivinha qual seria essa estrela? Sim, ela, a Senhora, de José de Alencar. Esse romance, publicado em 1874 na forma de folhetim, despertou, entre os participantes do clube, muitas críticas à sociedade da época e à burguesia ascendente do Segundo Reinado. Todo mundo queria falar e o Gato Preto precisou miar algumas vezes para mediar as discussões. Ah, e teve até treta entre Aurélia e Fernando que brigavam por causa do amor e.… do dote!

Enfim, sobrevivemos! E voltamos em agosto dançando rap com os Racionais MC’s no seu Sobrevivendo no Inferno, que detonou o racismo, o encarceramento em massa, a desigualdade social e a vida dos jovens negros da periferia. Nesse programa, que parecia até um diário… não só dos detentos, houve uma participação muito emocionada de pessoas que relataram experiências e memórias daquela época triste do Massacre do Carandiru. E o Gato Preto também homenageou as vítimas da chacina da Candelária e de Vigário Geral. É! Esse programa foi de perder o fôlego!

De tanto assistir de camarote e miar para os clubistas, foi a vez de O Gato Preto vir ao programa. Nesse conto de horror, o genial Allan Poe narra a história de um homem transtornado que diz ser vítima de acontecimentos que lhe causaram terror e agonia. E pior… culpa o nosso belo gatinho por suas desgraças. Ah, mas Gato Preto, muito sagaz, resolve falar com seu dono malévolo e até compor uma canção. E assim todos cantamos, junto com o Gato Preto: “O pior virá !” Será? Só que não. O pior não veio! Para nossa alegria, em outubro Buchi Emechetta nos apresentou Ada, em Cidadão de Segunda Classe. Que obra-prima! Com muita nobreza, essa autora grita: “nós, mulheres, fixamos modelos impossíveis para nós mesmas. Tornamos a vida intolerável umas para as outras. Não consigo corresponder a esses modelos que criamos, por isso preciso criar os meus próprios.” Essa nigeriana que trilhou caminhos muito espinhosos teve um marido cruel. E pasmem: o cara de pau apareceu no nosso programa! Ah, quem o visse falar ficava até com pena! Mas Buchi o desmascarou e a verdade, é claro, nos conscientizou! Foi valioso!

Daí, para fechar com chave de ouro, precisamos trilhar a amarga trilha de São Bernardo. Nem a escritura primorosa de Graciliano Ramos arrefeceu nossos corações diante do insensível Paulo Honório: meu Deus, que homem difícil, sobretudo em contraste com a doce Madalena que tenta romper, com sua visão de mundo inovadora, o poder masculino e as tradições de uma sociedade patriarcal. É.… deu pano pra manga… pano que ela bordou com fios de sangue que a levaram, tristemente, a desistir.

Poxa! Quanta história, hein?

Por tudo isso, chegamos a 2025 gratos pela experiência trazida por todas essas histórias da literatura que nos aproximaram ainda mais da Rede dos profissionais da educação. Com vocês e por vocês, ainda estamos aqui e não estamos sozinhos! E por isso, só podemos desejar que 2025 traga ainda mais belezas e descobertas dessas que só a literatura nos traz!

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